Leningrad, Rusia.
Foto: editión Rusa ''Soprotivleniye''

Leningrad, Rusia Foto: editión Rusa ''Soprotivleniye''


Moscú, Rusia, 14.09.2002. 
Foto: http://www.communist.ru

Moscú, Rusia, 14.09.2002. Foto: http://www.communist.ru


Bogotá, Colombia, 16.09.2002. REUTERS/Jose Miguel Gomez

Bogotá, Colombia, 16.09.2002. REUTERS/Jose Miguel Gomez


O TERCEIRO TURNO

Algo positivo deixado pelo último processo eleitoral foi a existência do Pólo Democrático, verdadeira oposição eleitoral desarmada, encabeçado por Lucho Garzón, ex-presidente da Central Unitária de Trabalhadores (CUT), que aglutinou setores da esquerda, democratas, revolucionários e insatisfeito de todo tipo em apoio à sua candidatura. Sua importância não pode ser medida na quantidade de votos conseguidos, mas nas possibilidades que tem.

Resultado das políticas impostas pelo império e seus representantes nacionais, as eleições na Colômbia são profundamente antidemocráticas, ilegais e ilegítimas. No entanto, o Pólo Democrático consegue resgatar a possibilidade de fazer oposição ao governo ao se transformar em uma força com peso na política nacional. Consolidar-se como oposição depende de sua capacidade para gerar propostas alternativas, fiscalizar o governo e defender sem rodeios os direitos das maiorias do país.


Moscú región, Rusia, 14.09.2002. Foto: http://www.communist.ru

Moscú región, Rusia,13.09.2002. Foto: http://www.communist.ru


Bogotá, Colombia, 16.09.2002. (AP Photo/Zoe Selsky) )

Bogotá, Colombia, 16.09.2002. (AP Photo/Zoe Selsky)


A proposta da Frente Social e Política surgiu a partir dos setores sociais, da Central Unitária de Trabalhadores (CUT), de formas organizativas próprias do povo, como o Comando Nacional Unitário, de organizações políticas de esquerda como o Partido Comunista, setores procedentes do trotskismo e do maoísmo, novas forças como Presentes. A proposta se forjou na luta popular, sindical, cívica, nas greves nacionais, sempre em defesa dos interesses das maiorias.

Bases da convocatória e constituição da Frente Social e Política são realidades in-questionáveis e necessárias para o nosso povo, como a luta antineoliberal e antiimperialista, programa alternativo popular, mudanças democráticas do Estado colombiano, luta contra a impunidade e a corrupção, defesa dos direitos humanos, fim da criminalização do protesto social e pela paz.


Moscú, Rusia, 14.09.2002. Foto: http://www.communist.ru

Moscú, Rusia, 14.09.2002. Foto: http://www.communist.ru


Bogotá, Colombia, 16.09.2002. (AP Photo/Zoe Selsky)

Bogotá, Colombia, 16.09.2002. (AP Photo/Zoe Selsky)


O primeiro exame, as eleições parlamentares, produziu um resultado positivo e, como conseqüência disso se forjou a aliança com os chamados setores independentes, o que implicou em um salto de quantidade, quem sabe se de qualidade. Aparece no cenário político nacional o Pólo Democrático. As metamorfoses e urgências eleitorais não permitem ver com clareza se se mantêm intactas as bandeiras da Frente Social e Política. Ao amanhecer veremos, diz a sabedoria popular.

A dúvida surge, pois no Pólo Democrático existem setores que a partir de uma suposto posição de tolerância são profundamente intolerantes e fechados e outros para os quais a tolerância lhes basta até para negociar princípios. Setores que a partir de posições revolucionárias defendem o imobilismo. Setores que a partir de supostas posições democráticas impulsionam a unanimidade e o absolutismo.


Moscú, Rusia, 14.09.2002. 
Foto: http://www.communist.ru

Moscú, Rusia, 14.09.2002. Foto: http://www.communist.ru


Bogotá, Colombia, 16.09.2002. REUTERS/Jose Miguel Gomez

Bogotá, Colombia, 16.09.2002. REUTERS/Jose Miguel Gomez


Abriga também conhecidos oportunistas que se dizem de esquerda, que só esperam a oportunidade para sair disfarçadamente para os cargos públicos e postos de governo que lhes permitam sobreviver às custas dos colombianos e continuar alimentando sua base eleitoral como qualquer clientelista de sempre.

A solução destas situações permitirão traçar o perfil ou não o Pólo Democrático, para o bem ou para o mal, depende da ótica. Não lhe coube resistir para o segundo turno eleitoral com as pressões, bajulações e ofertas que tivessem implicado nas acomodações para justiçar apoios à direita ou o já internacionalmente famoso corrimento ou deslocamento para o centro, que não é outra coisa senão abandonar as bandeiras, empalidece-las para coexistir com o sistema e lhe ser simpático.

Por outro lado as novas formações políticas surgidas da divergência entre os setores da oligarquia liberal-conservadora e dos que padecem os rigores da exploração, da imposição, do terrorismo de Estado e da entrega da soberania ao governo dos Estados Unidos contam hoje com formidável espaço político. Lucho Garzón pode com o Pólo Democrático aglutinar esse setor porque de fato é a oposição eleitoral desarmada ao governo da oligarquia liberal-conservadora representada em Uribe Vélez.

Seu desempenho nesta realidade é o terceiro turno que tanto pregou Lucho como candidato.


Moscú, Rusia, 14.09.2002. Foto: http://www.communist.ru

Moscú, Rusia, 14.09.2002. Foto: http://www.communist.ru


Bogotá, Colombia, 15.09,2002. REUTERS/Jose Miguel Gomez

Bogotá, Colombia, 15.09,2002. REUTERS/Jose Miguel Gomez


Enquanto isso, as FARC - Exército do Povo mantêm levantadas suas armas, suas bandeiras e suas propostas. Com a política de combinar todas as formas de luta revolucionária até conquistar o poder político, insistimos na busca de soluções diferentes da guerra para construir caminhos de paz com justiça social, re-construção e reconciliação. Organizamos o Movimento Bolivariano pela Nova Colômbia, proposta política que nos anos próximos poderá disputar o voto das massas populares com candidatos próprios.

Cresce a torrente das lutas populares, cada vez os colombianos se envolvem mais, a partir de diferentes ângulos, possibilidades e realidades. O compromisso é construir a Nova Colômbia, pátria para todos e para todas.


Moscú, Rusia, 14.09.2002. Foto: http://www.communist.ru

Moscú, Rusia, 14.09.2002. Foto: http://www.communist.ru


Bogotá, Colombia, 16.09.2002. 
REUTERS/Jose Miguel Gomez

Bogotá, Colombia, 16.09.2002. REUTERS/Jose Miguel Gomez


Texto preparativo por: elbarcino@laneta.apc.org  

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