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Fernando Botero (1930, Bogotá, Colombia). Manuel Marulanda

Fernando Botero (1930, Bogotá, Colombia). Manuel Marulanda

Fernando Botero (1930, Bogotá, Colombia). Manuel Marulanda

Fernando Botero (1930, Bogotá, Colombia).
Manuel Marulanda "Tiro Fijo", 1999
Óleo sobre lienzo, 45,72 õ 33,02 cm
Collectión Banco de la República, Artes plásticas


Políticas anti-sociais

Não é possível falar de políticas sociais do governo de Uribe porque coisas como as reformas trabalhista e tributária, são realmente anti-sociais e um trago amargo para os trabalhadores colombianos. É evidente que o governo prioriza o garrote. Daí que o ditador, seguramente seguindo alguns conselhos, disfarçou esta agressão ao povo e colocou alguns cosméticos. Vejamos alguns elementos:

A Ministra de Meio Ambiente e Moradia, Cecília Rodríguez apresentou com bombos e muitos elogios o plano de moradia de interesse social através dos meios de comunicação, como uma novidade, aceitando responder perguntas no exato momento da exposição do plano.

Um jornalista apresentou diante das câmeras uma senhora que reunia todas as condições para ser beneficiada porque era chefe de família, estava desempregada e portanto sem recursos para sustentar seus filhos, pagar transporte, água, luz e aluguel e muito menos podia pensar em ter casa própria, dada a situação tão complicada pela qual estava passando. O que fazia esta senhora na rua?

A câmera mostrava a senhora carregando uma pequena caixinha na qual se podia observar maços de cigarros, isqueiros, fósforos, corta-unhas, doces, biscoitos, outras guloseimas e caixas de chicletes. Dirigindo-se à Ministra disse: sou vendedora ambulante e chefe de família, o que devo fazer para adquirir uma casinha?

A resposta foi mais ou menos esta: - Olhe, senhora, vá ao banco mais próximo de sua residência, abra uma “continha” de poupança e comece a depositar mil “pesinhos” mensais para que aos poucos possa reunir a parte da grana que lhe corresponde, para que tenha a possibilidade de ser beneficiada com uma “casinha”. Depois de ouvir a resposta oficial, ela continuou caminhando e pensando:

- Se essa senhora Ministra soubesse onde e em que condições eu moro com meus três filhos; se soubesse realmente quanto me dá esta caixinha que levo amarrada no corpo todo dia, e isso que quando chove, aí sim que é verdade; se soubesse que nos setores onde os pobres moramos não se consegue um banco nem para remédio e a aqueles luxuosos que estão no centro da cidade, as seguranças não deixam os pobres entrar... e mais, de onde tiro os mil “pesinhos”?

- Acho mais fácil que essa Ministra reconstrua essas tais Torres Gêmeas de Nova Iorque, pois, reparando bem, ficou mais longe para mim a esperança de um tetozinho para meus filhos.

O que dizer da educação quando os pais de família se vêem obrigados a passar horas e horas em intermináveis filas nos colégios para ver se conseguem uma vaga para seus filhos. A ausência de uma política educativa por parte do Estado, o processo de desmonte da educação pública e a privatização, fecharão ainda mais as possibilidades para os pais de família em sua luta pela educação de seus filhos. Tudo porque a educação foi transformada em negócio onde o que importa é o dinheiro, não os alunos nem os professores e professoras.

Os impostos em cascata não param de aumentar. Aí temos que no Imposto sobre Valor Agregado, conhecido como IVA, o governo taxou inclusive os artigos de primeiríssima necessidade. Por outro lado, tirou o subsídio das trabalhadoras domésticas que economizam com a finalidade de poder desfrutar de uma aposentadoria. Não poucas vezes temos visto se crucificarem em frente aos seus locais de trabalho trabalhadoras dos hospitais em protesto pelos meses e meses de atraso de seu salário.

Outra agressão é a redução das horas noturnas que agora são diurnas (de 6 às 10 da noite), nas extras e dominicais. As imensas maiorias dos trabalhadores se vêem na obrigação de trabalhar horas extras, dominicais e festivos porque o salário não dá para sustentar suas famílias. É o caso dos zeladores, que antes da reforma ganhavam em média 550 mil pesos, reduzido agora a 450 mil aproximadamente. A mesma coisa acontece com os trabalhadores de hotéis e dos que ganham somente o salário mínimo.

Essa reforma salarial, fruto não da negociação entre as partes, mas da chantagem e mentira oficiais, teve como seu principal defensor o falecido Ministro Juan Luis Londoño que explicava com detalhes que tal reforma permitiria, como por passe de mágica, gerar empregos, coisa impossível de se acreditar por alguém que está sendo devorado pelo desemprego ou por quem vê cada dia que seu salário está sendo reduzido à insignificância.

Poderíamos perguntar sobre esta realidade aos 5.000 novos desempregados, deixados pelo governo nacional nos primeiros meses deste ano.

Como diz a canção de Alí Primera: “Você não vá acreditar que há escolas para cachorros e lhes dão educação pra que não mordam os serviçais, mas o patrão há anos, muitos anos vem mordendo o operário”. Certamente, vivem em melhores condições os cavalos que o Presidente paramilitar e fascista monta, do que milhares e milhares de anciãos, do que milhares e milhares de pessoas sem atenção médica, do que milhões de enxotados (desplazados)...

As condições de vida do povo colombiano e a crise em todos os níveis, nos colocam ad portas de uma grande mobilização contra o governo e sua política de rapina, de fome, de miséria e violência paramilitar. Esse tal projeto de investimento social constitui outro garrote sem misericórdia contra o povo.

Por isso, diante da crise nacional e do desgoverno, as FARC-Exército do Povo iniciamos a construção do novo Poder e do Governo alternativo, levando em conta o que nos diz o Libertador Simón Bolívar: “A vontade nacional será meu guia e nada poderá me afastar de me consagrar a seu serviço e de conduzir este povo a onde ele deseje ir

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Texto preparativo por:
http://www.qualinet.com.br/farc-ep/resistencia31.html
Prof.A.M.Maysky y General Vargas: Redacción Rusa "Soprotivleniye".

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